“Gostaríamos de descer!”, disse a piloto do voo 1282 da Alaska Airlines ao informar o controle de tráfego aéreo de Seattle, nos EUA, de que havia um problema sério a bordo. Eram 17h13 da última sexta-feira, 5 de dezembro (22h13 em Brasília).
O avião, um Boeing 737 Max 9, havia acabado de decolar do aeroporto de Portland e ainda estava subindo, a 4.975 metros, quando uma porta desativada foi ejetada na parte do meio, por razões ainda não esclarecidas. Com um buraco na fuselagem, a aeronave se despressurizou subitamente, o que fez cair as máscaras de emergência e obrigou a tripulação a descer imediatamente até uma altitude em que seja possível respirar sem auxílio, abaixo de 3 mil metros.
Porta ejetada deixou um buraco na fuselagem do Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines
Dez segundos depois do primeiro contato, a piloto alerta para o que havia acontecido:
“Estamos declarando emergência. Estamos descendo para 10 mil [pés, ou 3 mil metros]. Ficamos despressurizados”, disse, em áudio divulgado pelo canal VAS Aviation, que monitora comunicações de tráfego aéreo.
A controladora responde: “Alaska 1282, desça e mantenha 10 mil pés e, quando puder, me dê a natureza [razão] da emergência e as suas intenções”.
A piloto então explica: “Acabamos de despressurizar. Estou mantendo 10 mil [pés] e preciso retornar a Portland”
A controladora orienta o avião a ir na direção de Portland e contatar o controle de aproximação de aeronaves daquele do aeroporto.
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O controlador de Portland pergunta se a piloto precisa jogar fora combustível antes do pouso, para pousar mais leve. Essa manobra, no entanto, exigiria que o avião ficasse mais alguns minutos em voo. A piloto diz que não, e que prefere aterrissar direto.
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O pouso ocorreu às 17h26, hora local (22h26 em Brasília), 20 minutos depois da decolagem. Havia 171 passageiros e seis tripulantes a bordo.