O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está considerando a possibilidade de dividir o Google, após a empresa ter sido classificada como um monopólio. A proposta, que ainda será analisada pelo juiz Amit P. Mehta, sugere a divisão da gigante tecnológica em várias empresas menores, cada uma responsável por diferentes produtos. Essa decisão pode estabelecer um precedente significativo no combate ao poder das grandes empresas de tecnologia.
A recomendação de divisão surge após o Google ter sido acusado de práticas anticompetitivas, como a assinatura de contratos bilionários que garantiam sua posição como buscador padrão em dispositivos móveis. Essa estratégia teria consolidado o Google como líder absoluto no mercado de buscas, com mais de 90% de participação. O Departamento de Justiça também sugeriu que o Google compartilhe seus dados com concorrentes, como Bing e DuckDuckGo, para fomentar a competição.
O juiz Mehta destacou que o Google utiliza os dados dos usuários para aprimorar seus algoritmos, o que dificulta a concorrência de outras empresas. No entanto, o Google argumenta que essa medida poderia comprometer a segurança dos dados dos usuários. A decisão final sobre a divisão da empresa pode levar anos, mas já está gerando debates sobre o futuro das big techs.
O caso do Google remete a um processo semelhante enfrentado pela Microsoft em 1998, quando foi acusada de práticas monopolistas com seu sistema operacional Windows. Naquela ocasião, a Microsoft não foi dividida, mas teve que adotar medidas que permitiram a entrada de novos navegadores no mercado, como o Chrome e o Safari.
A decisão contra o Google é vista como um marco na regulação das grandes empresas de tecnologia, com implicações econômicas, sociais e políticas. Além dos Estados Unidos, outros países, como os da União Europeia, Canadá e Índia, também estão investigando as práticas do Google.
O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, afirmou que nenhuma empresa está acima da lei e que o Departamento de Justiça continuará a aplicar as leis antitruste. A Alphabet, empresa-mãe do Google, declarou que a decisão reconhece a qualidade de seu motor de busca, mas que irá recorrer da decisão.
A possível divisão do Google pode alterar significativamente o cenário da publicidade digital, onde a empresa detém uma posição dominante. A decisão final sobre o caso ainda está pendente, mas já está sendo acompanhada de perto por reguladores e empresas de tecnologia em todo o mundo.