Quer economizar? Veja como se preparar financeiramente para viajar no final do ano

Xenia Tyrson
Xenia Tyrson 143 Views 11 Min Read

Primeiro passo para gastar menos em uma viagem é saber seu orçamento disponível

Faltando poucos meses para acabar o ano, os trabalhadores que querem aproveitar as folgas de final de ano para viajar estão no prazo para se organizar financeiramente para essa viagem.

De acordo com especialistas consultados pela CNN, é importante ficar atento com os preços de passagens e hospedagem. Afinal, os meses de dezembro e janeiro podem ser um dos mais caros, dependendo do destino desejado.

Um estudo do site Booking.com, realizado com 24.179 entrevistados em 32 países (incluindo o Brasil), mostra que três em cada quatro (74%) viajantes brasileiros querem tirar o máximo custo-benefício do dinheiro gasto em viagens e farão seus planejamentos prestando bastante atenção ao orçamento.

Para 75% das pessoas consultadas pela pesquisa, seria uma prioridade optar por serviços de viagem com descontos, além de programas de fidelidade, sendo que 66% planejarão suas viagens com mais antecedência, para tentar aproveitar ofertas melhores.

Se hospedar em locais mais econômicos, optar por destinos mais baratos, fazer viagens mais curtas ou mesmo diminuir os gastos durante a viagem são algumas das práticas que os turistas podem adotar para gastar menos em suas férias neste ano, que, segundo outra pesquisa do Booking, é desejado por 11% dos brasileiros.

Veja a seguir dicas práticas de como é possível economizar durante o planejamento de uma viagem de final de ano:

Organização financeira
Segundo Thiago Godoy, educador financeiro da Rico, o primeiro passo para gastar menos em uma viagem é saber seu orçamento disponível.

“Fazendo um raio-x da situação financeira atual, a pessoa tem mais clareza sobre que tipo de viagem ela pode fazer. Porque existe uma diferença entre o que a gente gostaria de fazer e o que a gente pode fazer”, afirma.

“O que a gente não recomenda é a pessoa se endividar, ficar pagando viagem cara que não pode e viajar sem se planejar”, completa o especialista.

Depois de entender a situação financeira, o educador recomenda entender os custos de cada destino e, a partir disso, escolher para onde quer ir.

“Sabendo para onde se quer ir, é importante ver quais são os custos para essa viagem acontecer. E aí tem que realmente procurar valores, por exemplo, se for uma viagem de avião, existem diversos sites que auxiliam nessas buscas”, disse Thiago.

Uma das ferramentas que o especialista indica é o “Google Flights”, ou Google Voos, onde você consegue colocar a data que pretende viajar e o mecanismo de buscas seleciona as passagens com os melhores preços e ainda compara os valores.

“Ele [Google Flights] te avisa quando tiver promoção de passagens e você também consegue ver os preços das datas diferentes, ou seja, a pessoa consegue saber que se ela sair na segunda-feira, por exemplo, vai estar mais barato do que na terça-feira”, indica.

Já em relação à escolha de uma hospedagem mais econômica, não tem muito segredo, é preciso pesquisar. Plataformas focadas em hospedagem costumam oferecer opções de filtros de pesquisa por faixas de preço, ofertas, descontos exclusivos e, até mesmo, opções mais em conta apenas alterando uns dias de viagem.

Tempo de planejamento
De acordo com a pesquisa realizada pelo Booking.com, 44% dos viajantes brasileiros planejam a próxima viagem com um a quatro meses de antecedência, ou seja, neste momento quase metade dos turistas do país estão planejando suas férias de fim de ano.

No entanto, o especialista em educação financeira Thiago Godoy aconselha que, se tratando de uma viagem no período de dezembro e janeiro, quanto antes as famílias se anteciparem com o planejamento, melhor será para o bolso.

“Quando a gente fala de uma viagem com planejamento, ainda mais uma viagem maior e que vamos ter um custo maior, o período de planejamento também precisa ser maior para que a família possa passar um ano pelo menos fazendo o esforço necessário para conseguir se planejar e ir viajar já com tudo devidamente pago”, afirmou.

“É claro que período das férias de janeiro é o mês mais caro para se viajar. Sem dúvidas, além de ser o mais caro, é o mês mais cheio e que você tem que se antecipar mais, porque aí não é só o preço, é também a qualidade dos lugares que você vai conseguir, dos hotéis… então quanto mais cedo, mais barato e com mais qualidade serão as coisas”, destaca o especialista.

Dependendo do seu orçamento, uma recomendação do educador financeiro é talvez optar por uma viagem mais simples neste final de ano ou até mesmo adiar os planos para tentar fazer uma viagem maior futuramente e com mais tempo de planejamento, tendo em vista que as diferenças de valores para viajar fora de temporada são muito grandes.

Caso isso não seja uma opção, a família pode tentar evitar gastos desnecessários, fazer o máximo de esforço durante esses três meses para poupar dinheiro e até mesmo considerar fazer uma renda extra.

Além disso, o gerente do Booking Luiz Cegato indica que uma alternativa também é reservar uma opção com cancelamento grátis, caso os planos mudem.

“No entanto, para quem busca o melhor custo-benefício, o ideal é se programar com antecedência, sempre que possível, para garantir as melhores ofertas”, garante Cagato.

Uso das milhas
As milhas podem ser um bom aliado para quem busca economizar na hora de pagar os custos de uma viagem e até conseguir passagens de avião por preços mais em conta.

“É até legal a pessoa ter esse tipo de programa de acumular milhas. Esse programa de fidelidade são bons não apenas para acumular milhas para passagens, mas também para você às vezes conseguir fazer um check-in em posição melhor ou um upgrade por um valor mais barato”, ressalta o educador financeiro Thiago Godoy.

No entanto, Godoy orienta sobre os riscos do mal uso desse beneficio no cartão de crédito, na ilusão de acumular mais pontos.

“Eu vejo as pessoas gastando dinheiro no cartão de crédito com coisa que elas não precisam para acumular milha com a ilusão de que elas vão conseguir com pouco dinheiro uma milha para viajar, e não é assim que funciona”, afirma.

“Se você for olhar o quanto você tem que gastar em um cartão de crédito para acumular milha, você tem que usar bastante, então é importante a pessoa ter clareza disso para não acabar com dívidas, por exemplo”, acrescenta.

Planejamento de uma viagem internacional
Para os que pensam em viajar para outro país, uma questão que sempre surge é o melhor período para comprar dólar ou outra moeda, tendo em vista que as cotações podem mudar do dia para noite.

Segundo Thiago Godoy, é interessante que as pessoas se planejem com antecedência e buscando entender melhor a taxa de câmbio.

“A gente sabe que a variação da cotação do dólar vai ser algo que não tem como prever. É difícil monitorar essa taxa de câmbio, mas é importante estar sempre atento e levar valores em dinheiro vivo para o dia a dia e compras pequenas”, afirma.

“Se você está pensando em comprar dólar em espécie para uma viagem, é interessante considerar que, quando a gente deixa para fazer tudo no final, a taxa de câmbio do aeroporto é pior, então é melhor você tentar comprar esse dinheiro antecipadamente aqui no Brasil”, indica o especialista.

Por motivos de segurança, o educador financeiro também recomenda não levar toda a quantia de dinheiro em espécie e pensar em outros métodos de pagamento.

“É importante ter um pouco de dinheiro de troco, mas também, por exemplo, ter um cartão pré-pago, que você consegue carregar no local o seu dinheiro, pagar sem taxa e é mais difícil de perder esse dinheiro, pois tem senha”, explica.

Veja aqui mais dicas de como se planejar para comprar a moeda
Seguro viagem
Além de se antecipar no planejamento, Thiago ressalta a importância de fazer um seguro viagem antes de ir para algum destino como Estados Unidos ou Europa, por exemplo.

“Pouca gente considera isso e uma coisa muito importante, principalmente em viagens para fora do país, como para os Estados Unidos. É um país que se você não tiver seguro viagem, qualquer coisa que acontecer, você vai para a saúde particular, que pode acabar saindo bem mais caro”, afirma.

“É importante também considerar um dinheiro para o seguro dos carros que você aluga. Se você tiver qualquer problema ou bater esse carro, pode ser que R$ 10 mil ou até R$ 20 mil você vai ter que gastar do seu bolso”, explica.

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