Em seis meses, viagens de Lula ao exterior custaram R$ 7,3 milhões com hospedagem

Xenia Tyrson
Xenia Tyrson 231 Views 4 Min Read

Levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo não considera a última viagem à Europa, na semana passada. Desde que retornou ao Planalto, presidente fez 12 viagens oficiais ao exterior

Desde que retornou ao Planalto, em janeiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já realizou 12 viagens oficiais ao exterior – o dobro do seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no mesmo período de 2019. Essas idas do petista a outros países custaram R$ 7,3 milhões com hospedagem, conforme levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo, com base em informações do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). O valor ainda não contabiliza a última viagem à Europa, na semana passada, quanto o petista esteve na Itália, Vaticano e França.

De acordo com o levantamento, o presidente e sua comitiva se hospedaram em hotéis de alto padrão, custeados na maioria das vezes com dinheiro público. Porém, o Itamaraty ressalta que em alguns casos, é praxe os países anfitriões oferecerem a hospedagem como cortesias aos visitantes. “A acomodação do presidente nas viagens realizadas aos EUA e aos Emirados Árabes Unidos, entre outras, foram custeadas pelos governos anfitriões”, informou a pasta em nota.

A viagem para China, em abril deste ano, foi a que teve o maior gasto com hospedagem para a comitiva oficial. Na ocasião, o governo brasileiro arcou com custos de R$ 1,8 milhão durante os cinco dias em território chinês. As outras viagens com os maiores gastos com hospedagem foram para Reino Unido (R$ 1,4 milhão), Portugal (R$ 1 milhão) e Espanha (R$ 815 mil).

Na outra ponta, a viagem da comitiva brasileira para Montevidéu, no Uruguai, em janero, foi a que teve o menor gasto. Apesar de não ter pernoitado na cidade, a comitiva teve gastos de hospedagem de R$ 59,1 mil.

As hospedagens não representam os únicos gastos do governo brasileiro nas agendas internacionais. Nos quatro dias em que Lula esteve em Buenos Aires, para uma visita oficial e para a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), por exemplo, além dos R$ 715,8 mil com hospedagem; foram gastos R$ 337,6 mil com diárias pagas a servidores, R$ 497,9 mil com alugueis de veículos, R$ 24,6 mil com contratação de intérpretes, entre outros.

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A Secretaria de Comunicação da Presidência argumenta que as viagens são fruto de um esforço do presidente Lula para retomar as relações diplomáticas do Brasil com o restante do mundo. “O objetivo é não só recuperar a imagem do país no exterior, como também reestabelecer as relações comerciais com parceiros importantes, o que resulta na atração de investimentos estrangeiros em áreas estratégicas que contribuem diretamente para recuperação da capacidade do mercado interno brasileiro, impulsionando a geração de emprego e renda”, informou em nota.

O governo cita, como ganhos práticos e diretos, as contribuições de R$ 3,1 bilhões ao Fundo Amazônia, além dos investimentos negociados na China (cerca de R$ 50 bilhões) e nos Emirados Árabes Unidos (cerca de R$ 12 bilhões).

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